Psicologia Jurídica: o campo de atuação que te fizeram acreditar que só existia na ficção!

Temos dezenas de milhares alunos de Psicologia espalhados pelos quatro cantos do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, com grades curriculares distintas de acordo com cada faculdade, com professores de várias abordagens e linhas de pensamento. Estudantes com diferentes formações e personalidades, dos excitados e alegres com o início da graduação aos angustiados e temerosos pelo fim da mesma. Mas, no que diz respeito à psicologia jurídica, parece que temos um discurso único, quase como um arquétipo entre os estudantes de psicologia que se traduz com as famosas e batidas frases:

“Para se trabalhar como psicólogo jurídico é necessário prestar concurso”

“Não existe campo de atuação para essa área que você quer”

E a pior de todas e a que mais me assusta em saber que existem professores, cujo papel fundamental é a formação e o incentivo para que esses alunos busquem se encontrar na profissão, tem propagado é:

“Psicologia Forense/Criminal/Investigativa/Policial, isso é coisa de série, isso não existe no Brasil”

Eu não julgo o desconhecimento desses professores, a Psicologia Jurídica bem como suas subáreas são campos relativamente novos no Brasil, tendo muitos deles surgidos em outros países e trazidos para cá através de poucos profissionais. Porém lhes digo que eles estão completamente equivocados!

Vocês já pararam para refletir sobre sermos alunos do século 21, que tivemos aula com professores do século 20, que nos ensinaram teorias do século 19? Por isso eu compreendo, porém jamais concordarei com essa postura.

A minha crítica é ao desmerecimento da atuação da Psicologia nas áreas jurídicas. Por mais que esses professores as ignorem, e eles não possuem nenhuma obrigação em conhecê-las, é uma obrigação ética respeitá-las e incentivar os alunos que a desejam buscá-las.

Com que direito podemos desmerecer um campo e os profissionais que nele atuam sem sequer conhecê-lo???

O princípio:


A atuação dos psicólogos no Brasil na área da Psicologia Jurídica se iniciou junto ao reconhecimento da profissão, no ano de 1962. Tal inserção deu-se de forma gradual e lenta, muitas vezes de maneira informal, por meio de trabalhos voluntários. Os primeiros trabalhos ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e adolescentes infratores da lei (ROVINSKI, 2002).

No contexto acadêmico, a instituição pioneira em Psicologia Jurídica foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em 1980, uma área de concentração dentro do curso de especialização em Psicologia Clínica, foi criada, denominada “Psicodiagnóstico para Fins Jurídicos”.

Atualmente, não são todas as faculdades que oferecem a disciplina de Psicologia Jurídica em sua grade. E, quando o fazem, normalmente é uma matéria opcional ou em EAD e com uma carga horária pequena. Já nos cursos de Direito, ainda que a carga horária também seja reduzida, a disciplina já se tornou de caráter compulsório. Afinal, nem toda atuação da Psicologia Jurídica é exclusiva do Psicólogo, podendo outros profissionais exercê-la.

Esses dados acarretam uma deficiência na formação acadêmica dos profissionais, o que exige o oferecimento, por parte das instituições judiciárias, de cursos de capacitação, treinamento e extensão. Os psicólogos sentem estar sempre “correndo atrás do prejuízo”, uma vez que as discussões sempre giram ao redor de noções básicas com as quais o psicólogo deveria ter tomado contato antes de chegar à instituição (ANAF, 2000). Porém, essa realidade tem se modificado. Atualmente, são oferecidos cursos de pós-graduação em Psicologia Jurídica em instituições em todo o Brasil, o que revela a expansão da área no País.

Porém, como você poderia buscar uma pós graduação sem saber que essa atuação existe? Que motivação você teria para querer se especializar em uma área onde lhe disseram que somente existe na Netflix?

Através de tudo isso e com base nessa angústia que também vivenciei, decidi tornar possível o acesso ao conhecimento desse campo de atuação, que possui uma enorme e extrema demanda e ao mesmo tempo uma enorme e extrema escassez de profissionais.

Permita-me apresentar. Meu nome é Matheus de Oliveira Silva, Psicólogo Perito, Pós Graduando em Psicologia Jurídica e Criminal Profiling – Psicologia Investigativa.


Tenho transformado todo o conhecimento que venho adquirindo nas pós-graduações e em um curso de extensão, não como meio de formação do aluno, mas como objetivo de construir INFORMAÇÃO. Minha meta tem sido levar aos alunos e profissionais da psicologia conteúdos que eles não tiveram na faculdade e assim expandir o leque de possibilidades de atuação na área jurídica, a fim de que possam ter a oportunidade de conhecer, se identificar (ou não) e assim poder construir ou reconstruir sua carreira.

Porém cabe a nós também, psicólogos e futuros psicólogos, trazermos a devida visibilidade a essa área, mostrando a riqueza que é o seu campo e que é possível sim, trabalhar como peritos SEM CONCURSO PÚBLICO, já que a demanda para perícia psicológica particular é ainda maior.

VÁRIOS CAMINHOS


Veja alguns exemplos de campos de atuação dentro da Psicologia Jurídica:

Psicologia Forense:

Atuação na Vara da infância e juventude: Avaliação em casos de violência contra criança e adolescente; Acompanhamento de adolescentes em conflito com a lei; Intervenção junto a crianças acolhidas; Depoimento especial em casos de suspeita de abuso sexual;

Atuação na Vara da Família: Mediação e conciliação de conflitos em casos de separação, disputa de herança e etc; Disputa de guarda e regulamentação de visitas; Laudos para processos de adoção; Casos de interdição, indenizações, entre outras ocorrências cíveis.

Atuação na Justiça do trabalho: Acidentes de trabalho; Indenizações; Síndromes de processo laboral que envolvam sofrimento psíquico decorrente das relações de trabalho.

Formação e atendimento aos juízes e promotores.

Psicologia Criminal:

Exame de inimputabilidade penal; Elaboração de recursos e contra recursos criminais.

Psicologia Penitenciária:

Intervenção junto ao recluso e ao egresso; Atendimento e treinamentos a agentes de segurança penitenciária; Avaliação para mudança de regime; Acompanhamento psicoterapêutico.

Psicologia Policial:

Atuação junto às polícias Militar; Civil e Federal; Junto as forças armadas; Psicologia do testemunho; Gerenciamento em situações de crise; Negociação em casos de sequestro, tomada de reféns e tentativas de suicídio.

Psicologia Investigativa:

Pode atuar na identificação do perfil criminal, fornecendo pareceres, quando solicitado judicialmente por algumas das partes (defensoria ou acusação); Fornecer consultoria e assessoria para investigadores, policiais, delegados e atores jurídicos; Pode contribuir para o desenvolvimento de softwares e equipamentos válidos para o Criminal Profiling; Análise de comportamento verbal e não verbal (análise do discurso, linguagem das emoções e “detecção de mentiras”); Técnica de Autópsia psicológica; Profile em homicídios, roubos, arrombamentos, incêndios, sequestros, perfilamento eclesiástico e em crimes contra a dignidade sexual; Perfilamento Linguístico e Profile Geográfico

Essa é nossa proposta, abrir os olhos sobre um campo imenso e cheio de oportunidades.

Não se contente apenas com o que a faculdade lhe oferece, vá além, busque, e o melhor momento para alcançar o diferencial, sempre será o AGORA.

E aí, topa conhecer um universo de atuação totalmente novo e que esteva na sua frente esse tempo todo?

A jornada do herói começa com o primeiro passo, me deixe lhe mostrar o caminho!

Autor MATHEUS DE OLIVEIRA SILVA

MATHEUS DE OLIVEIRA SILVA

@matheuspsicologo

Meu nome é Matheus de Oliveira Silva, sou Psicólogo Forense e Perito Assistente Técnico Criminal. Minha principal motivação para trabalhar na área jurídica é poder trazer a devida visibilidade ao Brasil sobre ela, e mostrar ao profissional e estudante de psicologia uma nova perspectiva de atuação, já que a essa área vai muito além do que o que ensinam, quando ensinam. Poder utilizar a Psicologia para que a justiça seja feita, seja para uma vitima ou criminoso, é uma das maiores contribuições da profissão para o ser humano. Afinal, a justiça é cega, o psicólogo perito, não.

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