Orientação Profissional e de Carreira no Século XXI

A Orientação Profissional e de Carreira (OPC) é uma área cada vez mais demandada e consegue responder as necessidades das pessoas em diversos momentos de vida, mas nem sempre teve esse espectro tão amplo e nem foi tão dinâmica.

No passado, a carreira pertencia à organização, pois era compreendida como o desenvolvimento do indivíduo através dos diferentes níveis hierárquicos da empresa. Portanto, carreira era a escada que o sujeito subia conforme os cargos que ia obtendo, o que acontecia muito mais pelo tempo de empresa e pela produtividade resultante do trabalho operacional, do que pelas competências técnicas que o profissional possuía.

Assim, no início do século XX, a Orientação Profissional nasceu como uma prática que tinha como objetivo o aumento da eficiência industrial e era pautada em testes psicométricos de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade, utilizados para fazer diagnósticos e prognósticos visando colocar “a pessoa certa no lugar certo”. Essa concepção do homem adequado à profissão ficou conhecida como “Teoria do Traço e Fator”

Vem daí a ideia de “teste vocacional”, ainda muito procurada como pílula mágica que dá respostas prontas para as dúvidas em relação à carreira. E nesse canal você vai descobrir o quanto essa ideia não faz mais sentido!

Com a globalização e assim o aumento das tecnologias, velocidade de informação, acessibilidade ao conhecimento, mudança no cenário econômico mundial e, por consequência, aumento da competitividade, os vínculos de trabalho se reconfiguraram deixando de ser definidos pela estabilidade e segurança e passando a ter como enfoque o indivíduo em busca de autonomia e independência. Essas mudanças tiram a organização da condição de responsável pelo desenvolvimento e ascensão do empregado, e colocam o sujeito como autor e gestor do seu planejamento de carreira.

A autogestão da carreira é baseada em valores e interesses pessoais, e marcada pelo empreendedorismo, adaptabilidade física e psicológica do profissional, o que provoca cada vez mais transições, seja de área, de cargo, de empresa, de modelo de contrato de trabalho, etc. O profissional passa a ter que explorar constantemente cenários e habilidades, mesmo em fases mais tardias da sua carreira.

Vivemos a Era do Conhecimento e a quarta revolução industrial, conhecida como “Indústria 4.0”, a qual se caracteriza pela fusão do mundo físico, digital e biológico, através de Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Biologia Sintética e outras tecnologias. Nesse cenário as relações são mais complexas, as informações são acessíveis e velozes, as mudanças são constantes, a comunicação é quase instantânea e a busca por autodesenvolvimento é uma necessidade para que o sujeito se mantenha empregável. Isso não significa só apto a ser contratado por uma empresa, e sim ter suas competências técnicas em especial comportamentais, soft skills, atualizadas e requisitadas no mercado de trabalho, independente do formato em que esse aconteça, pois muitas profissões estão desaparecendo, sendo substituídas por softwares e máquinas, ou simplesmente deixando de serem necessárias e outras, que ainda nem fazemos ideia de quais, estão surgindo!

Com toda essa dinâmica, as relações de trabalho também se modificaram e hoje são as mais variadas: contrato de trabalho formal (registro em carteira – CLT), autônomo, empreendedorismo, por projeto, etc. Ademais, o modelo de trabalho online já vinha crescendo e com a pandemia do COVID-19, esse processo foi ainda mais acelerado, o que fusionou casa e trabalho.

É por isso que as transições de carreiras são cada vez mais frequentes e inevitavelmente são influenciadas por todos os aspectos que fazem parte da existência da pessoa: família, saúde, financeiro, trabalho, lazer, realização pessoal e profissional, habilidades, limitações, desejo, etc.

Depois de desenharmos todo esse necessário, vamos deixar algo claro antes de continuarmos essa conversa: não há mais o que se falar em “vida pessoal” e “vida profissional”. Somos seres integrais, e todas as esferas da vida, fazem parte de uma única vida.

A Orientação Profissional e de Carreira do século XXI ganha um enfoque no aspecto “carreira”, compreendendo essa como “trajetórias de vida” do sujeito e conta com inúmeras teorias e técnicas, além do uso de testes psicológicos, que dão a sustentação necessária ao processo de autoconhecimento, exploração da realidade e do mercado de trabalho, bem como para o planejamento de vida e carreira, de uma forma dinâmica, que respeite a singularidade e contexto de cada indivíduo e que o ajude a desenvolver recursos para tomar decisões em diversas etapas da sua trajetória, considerando esse cenário tão veloz, intenso, atravessado pela tecnologia e que exige cada vez mais adaptabilidade.

Através das diversas formas de atuação - Educação para Carreira na infância; Orientação para Primeira Escolha, para jovens que estão concluindo o Ensino médio; Orientação para Carreira para aqueles que desejam se desenvolver profissionalmente; Reorientação Profissional para quem está passando ou deseja fazer uma transição de carreira e Preparação para Aposentadoria – a OPC cria um espaço para o indivíduo se reconectar consigo mesmo e reelaborar sua identidade pessoal e profissional.

Para saber mais sobre as áreas de atuação da OPC e sua contribuição para lidarmos com toda essa dinâmica do mundo e do mercado de trabalho, se liga no nosso próximo artigo!

Vem com a gente nessa jornada!