Psicólogo, Você está Atento a Seu Planejamento de Carreira?

Pra começo de conversa...

Você já parou para pensar em quanto custou seu curso de Psicologia?

Já pôs na ponta do lápis o montante de dinheiro investido na sua formação? Universidade, cursos, pós, livros, apostilas, supervisões... some-se a isso as horas de trabalho e estudo (a carga horária prevista pelo MEC é de 4.000 horas, e a hora de salário mínimo é R$4,25, só nisso temos R$ 17.000 de “trabalho” empenhado) , transporte, alimentação e outros gastos.

Ainda que você tenha estudado em uma instituição pública, muito facilmente, chegaríamos a um montante de R$ 300.000,00. Isso mesmo! Trezentos mil reais! Quase meio milhão

Imagine o seguinte: ao invés de fazer psicologia, você tivesse se esforçado por juntar essa quantia e fizesse uma aplicação após 5 ou 6 anos. Com um rendimento bem mixuruca de 1%, você teria uma renda mensal perto de R$ 3.000,00.

Um outro exercício hipotético seria aplicar esse montante em um imóvel. Com R$ 300.000, você poderia comprar um apartamento que, se alugado, poderia trazer uma renda razoável.

Imagine, mais uma vez, que você fosse um investidor ou investidora; e que você fornecesse a um pequeno empresário uma linha de crédito de R$ 300.000. Obviamente, você faria isso esperando um retorno sobre esse investimento, certo?

Onde quero chegar com esse papo? Por que estou levantando esses pontos?

Por que é muito comum que os psicólogos façam todo esse investimento e joguem tudo pro alto! Desistem da profissão, atuam em áreas que não desejam; dispendem tempo, energia e recursos com baixos resultados financeiros e pessoais.

Uma pesquisa feita pelo CFP aponta que 50% dos formados em psicologia NÃO atuam na área; e, dos que atuam 48% conjugam a psicologia com outras atividades remuneradas.

Ou seja, considerando apenas esses dois dados, ou o investimento foi todo perdido ou está trazendo um retorno inferior ao que poderia.

O mercado da Psicologia no Brasil – graduação, atuação e rendimentos:

Outras informações devem ser levadas em consideração ao avaliarmos o cenário do mercado de psicologia no Brasil. O Censo do Ensino Superior do MEC aponta que desde 2010 a Psicologia está dentre os 10 cursos mais procurados; por ano, em média, são 20.653 graduados em psicologia; entre 2012 e 2016, o número de ingressantes em Psicologia cresceu 25,8%. A taxa de desistência do curso é de 52,8% dos ingressantes. Em 2017 haviam 249.956 estudantes de psicologia em curso, sendo que 80,45% são mulheres.

Os estudos "O trabalho do psicólogo no Brasil(*)" (2010), dos organizadores e autores Antonio Virgílio Bittencourt Bastos, Sônia Maria Guedes Godin e colaboradores e “Inserção do Psicólogo no Mercado de Trabalho(**)” CFP/ DIEESE 2016 nos ajudam a ter mais clareza sobre a colocação dos profissionais no mercado e os rendimentos apurados:

Com essas informações podemos levantar alguns pontos importantes:

• Apenas 25% de quem entra no curso de Psicologia atua;

• Dos que atuam, quase metade não o fazem exclusivamente (ou seja, 12,5% dos ingressantes);

• O campo “Saúde” absorve quase metade do contingente de psicólogos. Ali se situam os que atuam em consultórios e outros com foco na clínica, seja particular ou no serviço público. Temos um imenso campo a desbravar em outras áreas para além da saúde (lembrando que temos menos psicólogos por 100.000 habitantes que a Argentina);

• Atuar de forma autônoma é o caminho escolhido pela maioria dos profissionais e é o que melhor remunera.

E o que falta para que esses números sejam melhores?

Na minha opinião, tudo se resume a uma palavra: PLANEJAMENTO.

Quem eu sou e o que eu faço:

Meu nome é Pedro Paulo, sou graduado em psicologia e venho de uma longa carreira em uma grande empresa na área industrial, onde atuei com manutenção e que me trouxe muita experiência em técnicas e ferramentas de gestão. Pressão por resultados, planejamento, metas, indicadores de desempenho e gestão de crises eram o pão cotidiano.

Como liderava pessoas, passei por muitas horas em treinamentos, o que me despertou para a área do desenvolvimento profissional. Fui me enveredando por esse caminho, no princípio de maneira autodidata e pouco ordenada, mas que foi sendo refinado com o passar do tempo.

O processo de terapia me ajudou a focar e entrei na faculdade de psicologia com a meta de trabalhar com Treinamento e Desenvolvimento. Abri uma empresa em 2011, já pavimentando meu caminho de saída do emprego, o que aconteceu em 2013. Fiz um processo de coaching e a formação logo depois, além de participar do programa EMPRETEC, do SEBRAE.

Com essa bagagem, comecei a prestar consultorias, treinamentos e palestras, mesmo antes de me graduar, tendo o coaching como ferramental para a construção de metas e estratégias de atuação dos meus clientes.

Me tornei, em fevereiro de 2015, colaborador do Psico.Club/ Academia do psicólogo logo em sua origem, quando ainda trazia o nome Psicólogo Empreendedor; e de lá para cá tenho contribuído com colegas de todo o Brasil, seja como co-facilitador do curso Empreendedorismo para Psicólogos, ministrando o curso Planejamento Estratégico para Psicólogos ou na produção de conteúdos.

Acumulo milhares de horas de atendimentos exclusivamente para psicólogos e posso afirmar com algum grau de exatidão que o grande desafio para os profissionais de psicologia é justamente aliar à técnica de seu atendimento, independente de sua área de atuação, às ferramentas de planejamento e gestão.

Costumo dizer que, sim, precisamos ser psicólogos atentos ao “encontro de almas humanas”, como Jung dizia, no atendimento ao nosso cliente; mas precisamos ser empresários com o nosso negócio, para que ele seja sustentável, traga retorno financeiro, realização e possa contribuir mais e melhor para as pessoas que atendemos.

E é justamente isso que vamos tratar aqui, no canal Planejamento de Carreira. Análise de mercado, empreendedorismo, metas, planejamento estratégico, desenvolvimento de competências, gestão de desempenho, dentre outros assuntos serão os temas de nossos encontros.

Bem vindo a bordo! Mas tenha em mente que mar calminho não faz bom marinheiro!