Adolescência – É muita emoção!

*Esse artigo foi escrito em parceria com Maria Fernanda Maia, psicóloga (CRP 04/22780), atua há mais de dezessete anos com crianças, seus cuidadores e a escola. Especialista em Psicopedagogia, Neurociência e Análise do Comportamento. Estudiosa das Terapias baseadas em Mindfulnesse ACT – Terapia da Aceitação e Compromisso. É, também, uma das fundadoras do Acompanhar.

Faz o convite para ter um olhar mais atento e carinhoso sobre esta fase e, dessa forma, ajudar a criança a enfrentar seus medos, dificuldades e frustrações, permitindo a ela uma percepção de si e do mundo mais saudável e feliz. Atua na construção de um ambiente familiar que permita uma relação de intimidade e de afeto, que são base para o enfrentamento das exigências do mundo.


Pensar sobre como nos emocionamos diante de certas situações não é um exercício muito praticado e tampouco bem aprendido, não é mesmo?

É comum nos consultórios de psicologia, as pessoas chegarem com uma queixa muito bem desenvolvida, sabem descrever o que as trouxeram, mas quando interrogadas sobre o que sentem diante do seu relato, demonstram ficar embaraçadas e confusas. Muitos se sentem assim por não saberem verbalizar suas emoções e/ou por não ter o hábito de se atentar a elas.

Perguntei a um adolescente como ele se sentia, naquele momento, enquanto me relatava um evento de sua vida. E sua resposta foi me dada de forma assustada, por ele:

-  Nossa! Nunca parei para pensar em como me sentia!

Era um jovem-adolescente de 19 anos! Como ele não sabia como se sentia?

Simplesmente não sabia...

Mas como isso é possível, se o tempo todos nós nos emocionamos?

Muitos de nós crescemos com as concepções de que as emoções são algo que diz respeito apenas àquele que sente, fazem parte do seu processo interno, portanto é da sua natureza permanecer ali, guardadas, não conversadas e, se possível, evitadas.

Expressões: “engole o choro”; “meninos não podem chorar”; “sentir raiva faz mal”; “devemos ser felizes”... nos dão ideias de como as emoções são diariamente negligenciadas ou supervalorizadas, classificadas como boas ou ruins e passíveis de controle.

De tanto precisar classificar e controlar as emoções, passamos boa parte do tempo, correndo atrás das emoções que poderiam nos trazer sensações de bem-estar e correndo daquelas que nos fazem sentir mal-estar.

Enquanto “CORRO PARA” fico planejando um futuro e enquanto “CORRO DE” fico fugindo ou evitando situações que poderiam trazer emoções do passado... E o que acontece com o momento presente, único momento possível de se perceber? Passa!

Isso já nos dá uma dica do porquê a pergunta: “o que está sentindo, agora?”, ser sentida com tanta surpresa: não estamos acostumados a perceber as nossas emoções, seja ela qual for!!!


Mas o que são as emoções?

Para que elas servem?

Nós a controlamos?

Existem emoções boas e ruins?

Se tem uma coisa que não desgruda da gente, são as nossas emoções!


Não importa onde, com quem, quando ou como acontece, elas estão aí. Pode ser para lhe dizer de coisas que acontecem dentro do seu corpo ou para dizer das que acontecem fora.

Medo, alegria, tristeza, nojo e raiva são emoções que estão presentes desde que o primeiro homem habita a terra. Desconsiderar a importância delas é desconsiderar o que nos permitiu evoluir até hoje.

Quem pode dizer que o medo, o nojo e a raiva não nos serve de nada?

E a tristeza? O que seria da alegria, sem ela?

As emoções são os nomes que damos aos sentimentos que a partir de uma determinada situação, são vividos em nosso corpo e expressados também através dele. Geralmente, as emoções encontram as portas de saída que são a nossa capacidade de verbalizar, gesticular, expressar. Mas também podem encontrar caminhos mais tortuosos de se manifestar: as doenças psicossomáticas.

Precisamos encontrar formas mais adaptativas de expressar nossas emoções para alcançar os nossos objetivos, lidar com situações adversas, não adoecer, e o que é mais importante... viver... viver bem!

A capacidade de nos emocionar é uma grande conquista evolutiva. Todos nós nascemos aptos para aprender a nos emocionar. Quanto mais entramos em contato com elas, mais aumenta o nosso roll de emoções.

Mas se embora aptos, precisamos aprender a lidar, a interagir com nossas emoções, cada um pode aprender de uma forma?

Sim!!!

A forma que nos emocionamos vai variar:                               

  • Depende do que acontece: Imagine o barulho muito alto de algo caindo!!!!! BUUUM!
  • De como percebemos: Quando ouviu esse barulho foi pelos seus ouvidos ou foi uma vibração que sentiu em outra parte do corpo?
  • Do que sentimos Sentiu o seu peito apertar, seu coração acelerar?
  • Como expressamos: Arregalou os olhos, abriu a boca, se posicionou na cadeira?
  • Para que expressamos: Arregalar os olhos – buscar o máximo de informação / abrir a boca – puxar o ar para ter folego / me posicionar – para correr

Mas se você trabalha ao lado de uma obra, e está acostumado com esse barulho, nem se assusta tanto assim, não é?

Então, depende também do que aprendemos e conhecemos ao longo da nossa vida sobre as nossas próprias emoções...

Então, por mais que todos estejam aptos a se emocionar, toda a cadeia de se emocionar que começa desde o perceber e VAI OU NÃO até o agir, passa pelas experiências do aqui e do agora, pelas experiências aprendidas e vividas.

Então cada um tem um jeito de se emocionar!

Ah!!!  Por que o “vai ou não até o agir”? Por que o X da questão da inteligência emocional?

É que não agimos somente conforme os nossos sentimentos ou as nossas emoções, e nem conforme os nossos pensamentos.

Imagine que você é uma arena e que os sentimentos, as emoções e os pensamentos são personagens de uma grande peça em que entram cena conforme o texto. Então... não é a todo momento que as suas emoções dizem como você deve agir... na maioria das vezes são apenas sinais... algo para se perceber.

Um exemplo disto é quantas vezes temos uma vontade enorme de esganar alguém e ao invés disto, damos um sorriso e até fazemos um afago? Mas perceber que a sua vontade de esganar vem da raiva por algo não ter saído do jeito que queria é que pode ser uma grande sacada!  

Por isso é importante que cada um saiba perceber e expressar as emoções conforme as suas necessidades e em prol das consequências desejadas. Perceber as emoções em si e nos outros, nos ajuda também a aumentar as formas de lidar e adequar as nossas emoções.

Perceber/ter consciência emocional é uma das peças fundamentais para desenvolver a tão sonhada inteligência emocional!

A partir deste ponto, o que se é importante verificar com o seu cliente adolescente:

  • A capacidade de estar consciente das próprias emoções e das emoções dos outros.
  • Como ele percebe, identifica e dá nomes aos seus sentimentos e ao dos outros?
  • Como é o seu vocabulário em relação às emoções?
  • O que ele conhece por suas emoções?
  • Como ele reage a determinadas emoções?
  • Onde e como as sentem no corpo?

Sabe aquele cliente que falei no início? Então, muitas vezes queremos que nosso cliente fale sobre o que está sentindo, mas nos esquecemos de explicar o que é sentir. Como sentimos. Por que sentimos. Iniciei o trabalho com ele fazendo com que me descrevesse o que sentia no corpo, as sensações físicas mesmo. E fomos partindo dessas sensações para conseguir descrever as emoções.

É importante atentar que os modernos meios de comunicação multiplicam nossa exposição virtual a situações que despertam as mais variadas emoções: vídeos engraçadíssimos, cenas de sexo explícito, sucesso, horror; enquanto que, ao mesmo tempo apoiam as estratégias de esquiva experiencial, sob a forma de remédios e outras drogas, aparelhos eletrônicos de ponta, um carro deslumbrante, dentre uma diversidade de ferramentas de fuga.

Então, o seu cliente pode estar craque em descrever situações, mas está em pouco contato com o que de fato elas despertam.

Para ajudá-lo a se conectar, coloque-o diante de elementos e situações enquanto se pergunta o que ele sente e como ele acha que o outro está sentindo.

A inteligência emocional depende também da nossa capacidade de adequar nossas emoções, da nossa autonomia, das habilidades socioemocionais e das habilidades para a vida e o bem-estar emocional.

Lembra do TEXTO e do VÍDEO que falamos sobre o cérebro adolescente e suas características? Se não dá uma olhadinha lá para complementar aqui, ok?

Vamos percorrer por cada uma destas habilidades para ajudar o seu cliente adolescente a não cair no conto da carochinha: se sinto, logo ajo!

Como acontece com... aquele adolescente que bate no irmão porque está triste com os pais; aquele adolescente que chora e fica trancado no quarto e todos acham que está triste, mas na verdade está com raiva do pai; aquele adolescente que ri dos defeitos dos colegas, mas no fundo está triste com sua própria aparência.

Quando fazemos o trabalho de psicoeducação com o nosso cliente e descobrimos juntos como ele realmente se sente em cada situação, ele consegue se conhecer verdadeiramente e se interessa pelo que as pessoas ao seu redor sentem.

Tornando sua vida social um pouco mais fácil. E relações saudáveis se formam tornando a vida desse adolescente mais gostosa de ser vivida.

Imagine a seguinte situação:

José está feliz da vida fazendo as suas manobras mais radicais de skate quando um desconhecido atravessa a pista e o faz cair.

“Ai... que raiva!!!”.

José, quando sente raiva, tem vontade de quebrar a primeira coisa que tem em mãos!  

Seu skate!!!!

Se assim for, ficará sem skate.

Bom, raiva foi a emoção sentida diante de algo que lhe foi tirado (a possibilidade de fazer uma manobra radical, bem feita), veio a raiva... veio... e aí?

Tinha como tirar isso dele? Tinha como ele não sentir isso? Não sentir RAIVA?

Não!!!

Mas, para não criar uma situação pior a que ele se encontrava, José teve que adequar a sua raiva.

Adequação emocional


É a capacidade para administrar as próprias emoções e as emoções das outras pessoas de forma adequada.

José pode sentir raiva! Afinal, não temos como, simplesmente, fazer com que esse sentimento não venha à tona! Mas ele pode canalizá-la de outra forma.

Pode, por exemplo, pegar o seu skate, depois do tombo e partir com toda a energia acumulada da raiva, gritar, aquele grito que esvazia o peito, e fazer uma super manobra depois disso!

Diante de situações críticas e de confronto tendemos a reagir da mesma forma que a situação acontece para nós. “Se alguém foi sarcástico comigo, respondo com sarcasmo”. “Se foi bruto, serei bruto”... isso pode ser perigosos e gerar conflitos de consequências ainda piores.

Para ajudar o seu cliente é importante se atentar:

Se ele sabe ouvir; recuar; não se precipitar, formular perguntas, aceitar silêncios; esperar momento mais oportuno, introduzir estratégias de melhoria de clima; sabe autogerar uma emoção positiva.

Não é balela e nem senso comum... mas saber nos manter em nosso lugar, sem perder as estribeiras na hora da ira, passa muito por saber esperar, manter a calma, “contar até 10...100... 1000... o quanto for preciso... e principalmente... RESPIRAR.

Se tem uma coisa que na hora do caos é mais possível controlar é a nossa respiração... o resto, no caos, pode estar caótico demais para controlar.

Bom, parece simples, mas não é, necessita-se de tempo, esforço e treinamento. Mas, com interesse, esforço e dedicação pode-se aprender.

Na maioria das vezes, seu cliente o procura porque este aprendizado está muito difícil de adquirir sozinho, então, exercícios poderão ajudá-lo a adequar melhor as suas emoções e, assim, será capaz de prevenir conflitos e se sentir melhor para agir melhor.

Exercícios que envolvem a flexibilidade do seu cliente precisam ajudá-lo a:

  • Identificar diferentes maneiras de se acalmar
  • Criar estratégias para controlar impulsos emocionais
  • Identificar seus valores para agir em prol deles
  • Buscar maneiras diferentes de pensar sobre as mesmas coisas
  • Perceber que o que parece negativo agora, pode ser positivo no futuro
  • Aceitar parte da responsabilidade/culpa nos conflitos

Se fosse possível resumir, diria que o papel do psicólogo frente ao seu cliente adolescente seria ajudá-lo a perceber possibilidades! Possibilidades de reconhecer, aceitar e responder as suas emoções.

Imagine que Jose, o do skate, ficasse preso ao pior cenário do ocorrido, se sentindo fraco ou pensando em formas de se vingar. Se ele não confiasse na sua habilidade em dar uma reviravolta em seus sentimentos, provavelmente ele iria embora para casa se sentido arrasado e não teria a deliciosa experiência de fazer sua manobra radical.

Mas, ele foi capaz de gerar em si uma emoção positiva mesmo em momento de adversidade. Ele precisou confiar em si, analisar a situação e ter vontade de sentir-se melhor.

Autonomia Emocional


É a capacidade para gerar, em si mesmo, as emoções convenientes no momento oportuno e, principalmente, em situações críticas.

Ela é adquirida a medida que se é bem-sucedido diante dos conflitos, isso faz crescer a confiança em si mesmo, se sentir valorizado. 

É uma competência que faz ter contato com suas capacidades e limitações. Envolve também a capacidade de adotar valores e defendê-los; ser capaz de expressar o que sente para si e para os outros e confiar nas possibilidades, inclusive aquelas que reconhece a necessidade de buscar recursos e apoio.

A pessoa com autonomia emocional adquire a capacidade de analisar criticamente as normas sociais e as mensagens que recebe, sabendo quando está se envolvendo em enrascadas e ser capaz de sair destas situações ou criar outras mais propicias.

Para desenvolver a autonomia emocional, é importante criar contextos que permitam:

  • Favorecer a formação da identidade pessoal, como saber se apresentar e iniciar uma conversa. Saber aspectos positivos sobre a sua pessoa e aspectos que precisam melhorar;
  • Experimentar uma imagem positiva de si mesmo, saber dizer coisas agradáveis sobre si mesmo, conhecer experiências agradáveis e divertidas que o faz sentir bem;
  • Estimular e desenvolver a criatividade e a valorização de si, brincando com as suas qualidades através de músicas, desenhos ou criando projetos que possam ser feitos com as mãos e imaginação;
  • Descobrir a própria história pessoal, buscando, coisas que fazem parte de suas recordações desde a infância até o momento presente;
  • Aceitar nossas emoções e sentimentos como parte de nós mesmos (todos nós temos emoções e sentimentos, mas, às vezes, não os experimentamos porque acreditamos que nos enfraquecem ou porque os outros não os aceitam).

Agora, vamos falar de outra habilidade que o José precisou muito para terminar o seu dia bem:

Habilidades socioemocionais


Envolvem as maneiras de agir que favorecem as relações entre as pessoas, como ser assertivo, ter empatia, saber escutar, definir um problema, avaliar soluções e saber negociar.

Ainda sobre o José, ele poderia, sim, brigar com quem o jogou no chão, ser impulsivo e agir diante do seu primeiro julgamento. Por outro lado, poderia prestar atenção em quem o jogou no chão e perceber que o outro nem é tão hábil assim, ou que é um trapalhão, ou está aprendendo.

Ele também poderia ter que lidar com a possibilidade de ter que compartilhar a pista com o desconhecido. Neste caso, ele poderia ficar calado e ir embora ou chamar para defesa de território xingando a pessoa. Por outro lado, poderia pensar em uma forma de compartilhar ou negociar o espaço que é desejado pelos dois, para isso, Jose teria que ser:

Ser assertivo - que é o caminho do meio entre ser passivo e ser agressivo. Não ter como padrão se calar diante de algo que o desagrada, submeter-se ao outro mesmo que isto lhe cause sofrimento; e nem recorrer sempre a agressão física ou verbal na intenção de impor ao outro o seu ponto de vista. Ser assertivo é saber expressar suas convicções e defender os seus direitos sem desrespeitar o outro ou sem lhe causar maiores problemas para si e também para o outro.

Para pensar nas proporções de suas ações ou perceber que o outro também tem um ponto de vista, mesmo que diferente que do seu, também demanda da habilidade de ser empático que exige o saber escutar e perceber as mensagens que os outros querem nos passar.

É impossível viver uma vida sem ser contrariado, quando lidamos com o outro, estamos falando de vontades, direitos e deveres que muitas vezes podem lhe impor limites às suas vontades, direitos e deveres. Diante de algo que lhe desagrada, definir o problema e todos os fatores que o envolvem, permite avaliar as consequências diretas e dá a pessoa o poder de negociação: no que eu posso abrir mão, o que é mais importante na minha posição e até quando eu posso ir?

Para ajudar o adolescente nas habilidades socioemocionais é importante trabalhar com ele:

  • O que fazer quando algo o desagrada, como reagir de maneira adequada diante de tal situação criando com ele situações e possibilidades do pior ao melhor panorama;
  • Reconhecer que as suas mensagens e as dos outros são enviadas não apenas de forma verbal: os gestos, a altura e o tom de voz, as mãos e todo o corpo são canais muito mais utilizados e alinhados com os nossos sentimentos e pensamentos que a capacidade de falar, inclusive não atentar às várias formas de expressar pode fazer as pessoas caírem em contradição;
  • Reconhecer a importância de ter a informação correta antes de tomar as decisões para ter mais garantias de estar agindo corretamente, sem deixar-se levar pelo primeiro impulso.
  • Ser capaz de rejeitar propostas ou não fazer coisas que nos desagradam de forma adequada.
  • Reconhecer e aceitar que há diferentes formas e maneiras de perceber as coisas e que todas podem estar certas sob o ponto de vista de cada um.

Habilidades para a vida e o bem-estar emocional


É uma pré-disposição a sentir-se bem, a viver as adversidades da vida, mesmo recheada de conflitos, com desenvoltura, equilíbrio e organização. É desejar sentir-se bem consigo e com os outros, para isso é importante estar saudável, saber desfrutar dos momentos com outras pessoas e ser aceito socialmente.

O que define bem-estar para uma pessoa pode variar, depende da forma como cada um vê e valoriza o que o rodeia, sejam as pessoas, objetos ou acontecimentos.

Para trabalhar com seu cliente adolescente é importante:

  • Descobrir que ele é responsável por ser o seu próprio motivador, saber o que o anima e desperta a sua atenção e alegria
  • Ter consciência de que as pessoas são importantes para ele, que elas proporcionam carinho, diversão, apoio, educação, cuidado e tudo mais que só é possível conseguir quando em contato com o outro.
  • Perceber como que as circunstâncias influenciam nas nossas escolhas e que nós somos capazes de adaptarmos às elas, mudando os nossos hábitos, formas de sentir, pensar e agir.
  • Ter consciência de que cada ação, inclusive não agir, é uma escolha e cada escolha há consequências e que ele é responsável por tomá-la.
  • Compreender que se deve fazer as coisas pelos outros de forma desinteressada, isso nos faz sentir bem e faz os outros felizes
  • Analisar a postura frente às diversas situações, as que fazem parte da nossa rotina, as excepcionais e as imprevistas, e aprender a realizá-las de uma forma positiva mesmo que não despertem interesse.
  • Refletir quais as ações e pensamentos impedem de conseguir atingir seus objetivos.
  • Refletir sobre a característica de pessoas otimistas e como atitudes positivas as colocam à frente de seus objetivos.
  • Definir quais hábitos são saudáveis para fortalecer a saúde e contribuir para o bem estar pessoal.
  • Aprender a prestar atenção nos fatos agradáveis ou positivos que nos acontecem diariamente e que estas são fontes para o bem-estar pessoal.

Já que José tem sido o nosso modelo, porque não falar como ele desenvolve diariamente a sua habilidade para a vida e o bem-estar:

Lembra que ele estava fazendo manobras radicais em uma pista radical?

Pois é... seu dia foi cheio de afazeres - rotinas de casa e da escola, musculação e Inglês (detalhe... ele não gosta das aulas de Inglês, mas quer fazer um Intercâmbio e precisa aperfeiçoar seu jeito de comunicar),

Teve imprevistos, precisou ir sozinho para o Inglês porque sua mãe não pode levar... já que tinha que ser assim, porque não pegar o seu skate que há muito tempo estava parado?

Saiu do Inglês... se sentindo meio “more or less” e percebeu que precisava fazer algo que realmente o ajudaria a relaxar e sentir-se bem... afinal estava disposto a se sentir bem.

Foi para a pista de skate, onde costumava se encontrar com uma galera... Chegou lá... não encontrou ninguém. Pensou em ir embora, mas resolveu fazer umas manobrinhas...

Foi atropelado por um mal-educado, atrapalhado ou inabilidoso skatista... Caiu, ralou o joelho. Sentiu dor e raiva.

Poderia ter brigado, poderia ter ido embora para casa furioso, mas não. Ao invés disso, estava disposto a se sentir bem. Então analisou a situação, pensou nas piores e melhores consequências e escolheu fazer a sua manobra, a melhor que tinha feito na sua vida.

Tinha uma galera chegando que foi a delírio. Essa galera era nada mais, nada menos que a sua galera!

Bom, ainda eram seis horas da tarde, não dá para descrever o restante do dia. Só posso adiantar que foram de altos e baixos, mas ele estava disposto a se sentir bem, então se agarrou aos “altos”!

José não aprendeu tudo sozinho e nem sempre foi tão fácil, parte das competências emocionais que ele adquiriu ao longo da vida foi fruto da atenção dos seus pais, parte foi das oportunidades que surgiram, mas a parte mais significante foi a que lhe cabia: a sua disposição em criá-las e aproveitá-las.

Bom... não sei se José conhece as sábias palavras de Guimaraes Rosa, mas parece que os dois frequentaram a mesma escola da vida:

“A vida é assim; esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”

E aí? Você colega psicólogo?

Está animado e com coragem de psicoeducar seus clientes adolescentes?

Autor Renata Lott

Renata Lott

@renatalott

Psicóloga, psicopedagoga, coach e empreendedora com experiência em ajudar adolescentes e jovens a vivenciarem suas novas descobertas através do processo de autoconhecimento e desenvolvimento emocional. Ajudando-os a desenvolver novas habilidades de lidar com o ambiente ao seu redor e, se preciso, orientando pais, professores e orientadores nessa jornada.

MBA em Consultoria Interna, pelo BI International. Curso de Inovação - Berkeley, Califórnia USA. Especialista em Gestão de Negócios, pela Fundação Dom Cabral. Formada em ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) pelo BHDP. Formação em Coaching Psychology, e Intensive Coaching Psychology Experience pela Academia do Psicólogo. Certificada Internacionalmente em Gestão de Mudanças pela Prosci.

Ex Diretora de Ensino no maior cursinho pré vestibular do país - o Kuadro, uma das fundadoras do Acompanhar, Núcleo de Acompanhamento à Criança e ao Adolescente, responsável pelos canais Adolescer no Psico.Club da Academia do Psicólogo e colunista da Revista Mommys (Portal Mommys), com a coluna, Adolescência na Real.

São mais de 20 anos auxiliando estudantes de todas as faixas etárias e despertarem o desejo pelo aprender. E com isso, uma vontade imensa de formar profissionais da área da educação mais conscientes e preparados para poderem ajudar os jovens nesse caminho fantástico da educação!

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